terça-feira, 15 de janeiro de 2013

QUE ABELHINHA QUE NADA!!!



E eu tenho outro filho. Na verdade mais dois, que ganhei de presente quando casei. Não nasceram da barriga, mas do coração. Presentes de Deus. E hoje a história é do Yuji, quando dia 4 anos, idade do Lucca hoje...

Houve um tempo (e até funcionou comigo), em que se explicava às crianças, como nasciam os bebês, usando aquela imagem da abelhinha, que pega o tal do pólen na florzinha e “fecunda” outra florzinha, e blá blá blá...
Hoje em dia, a abelhinha faz mel e espalha pólen por aí, como sempre fez, mas já não serve como exemplo de procriação! E quem faz os bebês, são os papais e mamães no escurinho do quarto enquanto as nada inocentes crianças já nascidas, dormem. Ou pensamos que dormem.
Pois bem, toda essa introdução pra contar minha experiência de mãe de primeira viagem, quando na prática mesmo eu ainda nem era mãe.
Todas as semanas eu levava o Yuji, com então 4 anos, para a fonoaudióloga, já que o Beto trabalhava o dia todo e a Andrea, mãe do Yuji também tinha sua agenda cheia. Eu ficava em casa ainda, fazendo bicos e com horários bem flexíveis e fartos!!! Numa dessas, ele que sempre iniciava as conversas com “Olha”, começou suas divagações...
_Olha, eu vou falar uma coisa.
_Pode falar Yuji.
E com o indicador e polegar juntinhos, começou explicar a pergunta que iria fazer:
_Você sabe aquela sementinha, que sai do pipiu do homem e entra na mulher?
Engoli seco.
_Sei.
_Então, já entrou em você?
Com tanta sinceridade, não me restava nada alem de responder com sinceridade também. Fingi que era um pergunta rotineira, simples e entendi que o que ele queria mesmo saber, era se vinha um irmãozinho a caminho. Então respondi.
_Já sim Yuji, mas se o que você quer saber, é se tem irmãozinho a caminho, ainda não.
_Porque?
_Porque eu tomo um remedinho para não ter bebê ainda, porque achamos que é cedo.
_Ah. Entendi.
Crianças são assim. Diretas e claras. Dizem o que pensam sem pudor, mas também sem malícia. Sei que é um clichê, mas de fato deveríamos aprender muito com eles. Ficamos dando voltas num assunto, quando seria menos constrangedor se fôssemos direto ao ponto. Bom, talvez não menos constrangedor, mas pelo menos o assunto acabaria mais rápido.
Deveríamos também ter essa fome de aprender e entender, mas por vezes nosso orgulho nos impede de ser “ensináveis”. Ou nosso orgulho, ou a pedância do próximo.
Seja como for, Deus está pronto e disposto a nos ensinar todos os dias, nas pequenas coisas da vida, nos milagres diários, nas atitudes do outro e na pureza de uma criança. Na ânsia de aprender, sugar, crescer e saber. A bíblia fala que devemos ser como crianças. Porque então olhamos para eles com tanta superioridade, como se soubéssemos tudo e eles ainda inocentes e ignorantes? Quando na verdade são eles que detêm todo o mistério de uma vida íntima com Deus.
E em que momento é que eles perdem isso, para virarem adultos? E sabendo de tudo isso, porque assistimos esse crescimento ao contrário, sem nada fazer?
Nosso papel como pais, é ensinar a fazer diferente do que fizemos. É ensinar conservar a essência infantil, no adorar a Deus, na humildade de estar diariamente num aprendizado, na beleza do sorriso sincero e um coração aberto.

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