Quando nasce um filho, nasce também uma mãe. E quando nasce essa mãe, ela vem com super poderes. Não é regra e nem todas chegam a descobrir seus super poderes.
Alguns super poderes são quase que obrigatórios. Parece que vem com o pacote. Passamos a ter uma audição muito mais aguçada e somos capazes de identificar o choro ou grito do nosso filho mesmo no meio de inúmeras crianças. Ganhamos também uma visão além do alcance! Verdade! Enxergamos perigos onde antes nem perceberíamos. E acredite... há perigo ali! Acredite! Aliás, esse é outro super poder, o tal do sexto sentido. Sabemos que vai chover, esfriar, ventar, escurecer antes da hora. Sabemos que o bebê acordou antes mesmo que ele se dê conta. Sabemos que ele está com fome e vai chorar, porque sentimos aquela pontada no peito que só uma mãe amamentando sabe.
Também ganhamos uma força extra. Somos capazes de derrubar alguém o dobro do nosso tamanho, se for preciso proteger nosso filho. Enfrentamos qualquer um. Qualquer um mesmo, mesmo que seja família.
Mas super poderes vem também com efeitos colaterais. Depois de enfrentar um grande perigo e surpreender a todos com nossa força, determinação e coragem, bate uma grande fraqueza, capaz de nos derrubar. Nessa hora estamos tão frágeis, que qualquer peteleco é capaz de quebrar nossos ossos. Que os inimigos não saibam desse ponto fraco!!! Mas eles sabem!
Também temos problemas com o nosso canal lacrimal. Vive dando defeito. Vaza com qualquer filme romântico, notícias de maltrato com crianças ou mesmo com um queixo cortado no meio de uma partida de futebol do nosso filho. E então, aquela que é capaz de enfrentar monstros temíveis, desmaia ao ver as lágrimas do filho durante os pontos no hospital.
Bom, esses são alguns dos poderes mais comuns e inerentes a quase toda mãe que nasce. Mas cada super heroína é diferente. Possui seus próprios talentos.
Algumas são MULHERES MARAVILHAS. Super profissionais, que trabalham fora o dia todo, mas também são mães e esposas. São lindas e admiradas. Salvam o mundo e preparam o jantar com a mesma excelência!
Outras são MULHERES ELÁSTICO. Dão conta do trabalho e de mais de um filho. Puxa daqui, estica dali. Nada escapa ao seu braço. Abraça o mundo inteiro.
Existem MULHERES GATO. Essas são espertas e astuciosas. Tem uma elegância única. Podem até delegar algumas tarefas para terceiros, parecem malvadas, mas são mães e defendem sua cria com garras. Certa ou errada, longe ou perto, sua presença é palpável.
E tem as MULHERES INVISÍVEIS. Elas fazem tudo o que as outras fazem. Lutam com o mal. Salvam o mundo. Trabalham fora e cuidam da casa. Apaga incêndios. Serve de suporte para toda a família. Engolem muito sapo. Elas fazem tudo o melhor que podem e não desistem nunca. Mas essas....essas não são vistas. Afinal ela é invisível! Tudo o que vêem a respeito dela, é o MÍNIMO. Uma sombra. Como ela é invisível, é mais fácil enxergar aquilo que ela deixou de fazer. Então é criticada. As vezes dá vontade desistir, afinal ninguém sente falta do que não vê. Mas quando aqueles olhos brilhantes do seu filho, olham pra ela e a enxergam por dentro e por fora, mesmo que ela esteja invisível....ahhhh, faz tudo valer a pena. Mesmo que sejam alguns segundos.
Mas para as mulheres invisíveis, eu tenho um consolo. Dos bons! Ela vive no plano invisível sim, mas apenas para os mortais. Mas Deus a vê. E sabe quem ela é. Ele sabe o que ela faz. E sabe do que ela é capaz. E isso basta. Ela parece solitária, mas nunca, nunca mesmo, está sozinha. No plano invisível, Deus está sempre ao seu lado.
"...porque o Senhor não vê como vê o homem, pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração."
I Samuel 16:7b
